EMERGÊNCIAS EM EQUINOS - 2017



A Síndrome Cólica ou abdome agudo nos equinos, é caracterizada por manifestação de dor abdominal, que pode envolver qualquer órgão do trato gastrointestinal, bem como os órgãos adjacentes a ele. É a principal enfermidade que acomete os equinos podendo, dependendo do caso, evoluir ao óbito. Diversos fatores anatomofisiológicos do aparelho digestório do cavalo contribuem para manifestação dos distúrbios clínicos da síndrome cólica, bem como: a ausência do centro do vômito no Sistema Nervoso Central, a força da musculatura do cárdia que não permite refluxo a angulação entre cabeça e pescoço que dificulta o retorno de conteúdo para a boca, fatores que, combinados, impossibilitam o cavalo vomitar; o extenso intestino delgado proporcionando as intussuscepções, ectopias e vólvulos; e as curvaturas do cólon que favorecem a formação de compactações.
Este complexo conjunto de doenças podem ser classificado em dois grupos: o primeiro são as cólicas ditas como “verdadeiras”, ocasionadas por problemas que afetam o estômago ou os intestinos (delgado e grosso), responsáveis por mais de 95% dos casos; e cólicas “falsas” causadas por alterações nos demais órgãos da cavidade abdominal (fígado, pâncreas, baço, rins, bexiga, útero, entre outros) afetados em menos de 5% dos casos.
A dor nas cólicas verdadeiras é causada de maneira geral por aumento da pressão na luz intestinal (devido a distensão), contrações espásticas ou de alterações inflamatórias do tubo digestivo. Essas situações anormais podem, do ponto de vista patogênico, ser causadas por uma inibição da passagem intestinal (obstruções) ou fermentações indesejadas (gases, ácido ou toxinas) (FAGLIARI; SILVA; 2002).
Para o médico veterinário, se faz necessário o conhecimento da etiologia e dos sinais clínicos, da síndrome cólica para execução de um diagnóstico preciso seguido de eficiente intervenção terapêutica e resolução imediata do quadro.